Poucos sabem, mas na Biblioteca Municipal Dolor
Barreira encontra-se a Gibiteca Municipal de Fortaleza, um espaço
público criado a partir do Orçamento Participativo (modelo de
gestão adotado pelo antigo governo municipal que busca priorizar as
demandas escolhidas pela sociedade) destinado ao acervo e à
conservação de gibis das mais variadas épocas. “A proposta era
criar um espaço de leitura jovem onde as pessoas pudessem se
conhecer e trocar ideias. Desde a sua origem, a Gibiteca, através de
seus vários períodos e coordenações, sempre teve uma programação
de eventos voltada a conectar o público, os quadrinhos e os
autores”, conta JJ Marreiro, coordenador do Fórum de Quadrinhos do
Ceará.
Nos quase quatro mil títulos que compõem o
acervo da Gibiteca Municipal pode-se encontrar títulos raros e
antigos, como uma revista em quadrinhos d’O Fantasma dos anos 50,
edições da revista O Tico-tico, primeira a publicar quadrinhos no
Brasil em meados de 1900, e da Gibi, a revista brasileira de
quadrinhos criada nos anos 1930 que popularizou o nome gibi. A
Gibiteca é mantida majoritariamente através de doações, que podem
ser feitas por qualquer pessoa que se interesse, desde que as
revistas cedidas estejam conservadas, com capa, com a história
completa e sem fungos ou traças, para que não comprometa os outros
títulos.
Tanto a programação quanto a organização dos
eventos na Gibiteca são preparadas pelo Fórum de Quadrinhos do
Ceará em parceria com a Biblioteca através do trabalho da
professora Herbênia Gurgel. A parceria entre os equipamentos é
crucial para a manutenção de ambos, já que o fluxo de jovens para
a biblioteca aumenta consideravelmente quando há eventos na Gibiteca
e muitos alunos que vão à biblioteca acabam por visitar a Gibiteca.
Como todo equipamento público, a Gibiteca também
tem deficiências que precisam ser sanadas pelo poder público. “A
gente conseguiu organizar fisicamente melhor o espaço, as
prateleiras chegaram, os equipamentos de seguranças. Mas as câmeras
de vídeos ainda não foram instaladas”, relata JJ Marreiro. Ele
explica que os equipamentos de seguranças foram enviados pela
Secultfor e ainda encontram-se encaixotados, aguardando a instalação.
Outra problemática vivida pela Gibiteca fica por conta da falta de
funcionários efetivos no local. Segundo JJ, há apenas uma
funcionária que vai à Gibiteca três dias por semana e nos dias em
que ela não está presente, o espaço conta com a colaboração de
alguém da biblioteca para suprir a ausência. Para ele, a solução
seria a contratação de funcionários exclusivos para Gibiteca, como
estagiários do curso de Letras ou de Biblioteconomia.
Por meio da assessoria, a Secretaria de Cultura de
Fortaleza, o órgão responsável pela manutenção do espaço, disse
que a nova gestão ainda está na fase de avaliação de todos os
equipamentos de responsabilidade da pasta. Depois de concluída essa
etapa, a secretaria vai analisar a possibilidade de contratação de
funcionários para a Gibiteca, de acordo com o que constar no Plano
Municipal de Cultura. Isso também é válido para a instalação das
câmeras de segurança, que só será viabilizada depois dessa fase
de avaliação. (Eduardo Siqueira - Especial para O POVO)
SERVIÇO
Gibiteca Municipal de Fortaleza
Onde: Avenida da Universidade,
2577 – Benfica
Horário de funcionamento: de
segunda a sábado, das 8h às 17h
Outras infos.: 85 3254 6041
link original: http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2013/01/30/noticiasjornalvidaearte,2997279/o-recanto-dos-gibizeiros.shtml
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