A Gibiteca de
Fortaleza foi criada a partir de recursos originados do fundo de
participação do município e começou a funcionar em 2009
organizada e coordenada por Paulo Amoreira, um dos
responsáveis pelo projeto inicial e implementação. Com um acervo
inicial gerado através de licitação, o espaço anexo à Biblioteca
Dolor Barreira (sob direção da Profa. Herbênia Gurgel)
começou a receber visitantes no horário de funcionamento da própria
Biblioteca.
Pequenos eventos foram
organizados com objetivo de integrar a comunidade e os produtores de
quadrinhos, games e afins. Com esta iniciativa, Paulo Amoreira levou
à Gibiteca profissionais da computação gráfica, educação,
desenho etc, aproximando o público dos produtores e com isto
fomentando a leitura e expansão do público da Biblioteca como um
todo. Os eventos que ocorriam aos sábados tornaram-se uma nova
atração cultural no Benfica, bairro
intelectualmente ativo favorecido pelas Casas de
Cultura, Casa Amarela Eusébio Oliveira, CEFET (Centro Federal de
Educação Tecnológica) e centro de Humanidades da Universidade
Federal.
Ainda neste primeiro
período de instalação ocorreram mini-cursos de desenho, roteiro e
quadrinhos, promovidos gratuitamente pela comunidade de artistas
locais que passaram a se encontrar regularmente neste anexo da
biblioteca. Em 2010, João Belo Jr e JJ Marreiro deram os
primeiros passos para a celebração do DQN (Dia do Quadrinho
Nacional) no espaço da Gibiteca. Foi realizado o Primeiro
Gibiarte e a exposição Arte & Invenção (com participação de
Mino, Hemetério, Geraldo Jesuíno, Denilson Albano, Cival Einstein e
outros).
À partir das reuniões,
encontros e eventos surgiu um movimento de união artística chamado
Fórum de Quadrinhos, que, à partir da presença de
representantes de Sobral, Limoeiro do Norte, Maranguape, Itapipoca,
Acaraú e Crato, tornou-se Fórum de Quadrinhos do Ceará. O objetivo
do grupo era atuar como canal de comunicação entre classe artística
e o poder constituído. Em suas primeiras reuniões a presença em
peso dos artistas resultou na escolha de uma coordenação formada
inicialmente por: Daniel Brandão, Fernando Lima e JJ Marreiro.
Brandão foi substituído por Alexandre “Falex” Vidal e este posteriormente por Luís Carlos Sousa.
Com a saída de Paulo
Amoreira da coordenação informal da Gibiteca, o espaço passou a
ser gerido por uma comissão formada pela Direção da Biblioteca
Dollor Barreira, Departamento de Literatura da Secultfor e Fórum de
Quadrinhos do Ceará. Em 2011 o Dia do Quadrinho Nacional
passa a ser organizado sob a bandeira do FQCE. Eduardo Silva
se integra à coordenação do FQCE e é realizada uma nova
programação de eventos, como o Quadrinhos em Debate, que reunia artistas para
debater temas específicos sobre a nona arte a cada encontro. Em 2012 a Gibiteca passou a exibir filmes baseados em Quadrinhos e à partir do segundo semestre
do mesmo ano o grupo independente Quadrinhos em Questão (sob a batuta do
produtor cultural Ronaldo Barreto) começou a organizar os eventos e
assumiu a coordenação da Gibiteca (inclusive colaborando na
catalogação e organização de títulos) até fins de dezembro
deste mesmo ano.
Os eventos realizados
na Gibiteca sempre contaram com apoio da Direção da Biblioteca
Dolor Barreira (na pessoa da Profa. Herbênia Gurgel) e de seu
corpo de dedicados funcionários especialmente da funcionária Lucila
Rodrigues, designada especificamente para aquela seção. Embora
trate-se de um espaço fomentador, formador e precioso para a
comunidade, há carências a serem supridas no que tange ao mobiliário
e pessoal.
Embora sejam os
Quadrinhos o foco principal das ações neste anexo da Dolor
Barreira, a contação de histórias à cargo dos artistas Chicão
Oliveira e Eugênia Siebra tem colaborado ainda mais para aproximar o
público infantil do ambiente de leitura. Seções com filmes
inspirados em quadrinhos famosos também já integraram a programação
da Gibiteca.
Muita gente tem
descoberto os quadrinhos como forma de leitura e entretenimento com o
surgimento das Gibitecas estejam elas sediadas em Bibliotecas, Centros
Culturais ou escolas. Em Fortaleza, a Gibiteca Municipal tornou-se
também uma atração turística com o Painel Histórico (montado por
Weaver Lima) que registra a evolução dos quadrinhos no estado desde
os anos de 1930. Artistas como Law Tissot (RS), Eddy Barrows (MG), Klebs
Jr (SP) e o editor Sidney Gusman (SP) em visita a Fortaleza tiveram
passagem pela Gibiteca.
O acervo (de cerca de 4 mil títulos) com
importantes obras do quadrinho brasileiro e mundial, o ambiente onde
se respira cultura e arte fazem da Gibiteca de Fortaleza um
patrimônio da cidade, uma atração turística, uma conquista para a
comunidade artística e um benefício para a sociedade como um todo.
Equipamentos culturais deste nível precisam de atenção e zelo para
que possam evoluir e aprimorar seu atendimento e sua operacionalidade
servindo assim a esta geração e às próximas.
Fantástico! como as HQs.
ResponderExcluirg.g.carsan
é uma história fantástica , e fico feliz por fazer parte dela !
ResponderExcluirlorena dias
Oi JJ, parabéns pela iniciativa desse registro e gostaria de acrescentar algumas informações e nomes que também contribuíram para o funcionamento da Gibiteca. Como somos uma cidade sem memória, cada registro é muito valioso. A segunda geraçāo da Oficina de Quadrinhos da UFC (capitaneada, entre outros, por Ramon Cavalcante e Dellano Rios) organizou a inscriçāo do projeto da gibiteca no programa Orçamento Participativo da prefeitura de Fortaleza e ele foi aprovado como uma demanda da comunidade. Antes mesmo da inauguraçāo da Gibiteca, Paulo Amoreira convidou várias "personas" do cenário local para, democraticamente, pensar em como tornar essa demanda aprovada em uma gibiteca real. Participei de várias dessas reuniões, conversando sobre acervo, equipamentos e atividades que deveriam ser realizadas no espaço, e é importante citar as contribuições dadas pelos artistas Weaver Lima e Marcílio Nascimento, pelo Jornalista Max Krichanā e pelo colecionador Silvio Amarante. O Painel Histórico com o registro de 80 anos de produçāo de HQs no ceará teve curadoria minha (Franklin Stein), de Weaver Lima e de Everton Silva. Abs.
ResponderExcluirObrigado pelo adendo, Franklin. De fato estas informações enrriquecem e complementam a matéria. Se todos colaborassem mais deste modo nossa história dos quadrinhos teria um registro bem melhor. Força Sempre e mais um vez um grande obrigado.
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