Páginas

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

2º CONCURSO INTERNACIONAL DE BANDA DESENHADA* AVENIDA MARGINAL “Sede de Criar!”


1. INTRODUÇÃO
O Concurso Internacional de BD Avenida Marginal, agora na sua segunda edição, é uma iniciativa que fomenta a criatividade e o intercâmbio cultural.
É dirigido a todos os cidadãos portugueses interessados pela arte da Banda Desenhada (HQ) e este ano, também a todos os cidadãos brasileiros e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
Pretende-se que o grande sucesso obtido na primeira edição do concurso em 2009, especialmente a nível da qualidade dos trabalhos, alargue as suas fronteiras geográficas e culturais, abrangendo os países irmãos de língua portuguesa.
O atual contexto em que se procura a convergência linguística entre os vários países através do acordo ortográfico, bem como um cada vez maior fluxo de informação e conteúdos culturais, legitima a abertura do concurso à internacionalização.
Todos os trabalhos redigidos em português serão aceites, mesmo os que ainda não façam uso das novas regras.
O tema desta edição é livre, de forma a estimular a criatividade no ato de contar uma história. Encoraja-se o recurso ao desenho e/ou outras técnicas de expressão artística analógica ou digital (ex.: fotografia, pintura, etc.).
Os concorrentes são desafiados a contar uma história, um momento, um pensamento, um conceito ou uma tradição, recorrendo a uma única prancha (página).
Os trabalhos selecionados farão parte de uma exposição coletiva que irá ter lugar a partir do dia 16 de Junho de 2012, na Fundação Marquês de Pombal (Palácio dos Aciprestes), em Linda-a-Velha, concelho de Oeiras.
2. OBJETIVOS DO CONCURSO
a) Dinamizar a cultura da BD (HQ) no panorama nacional.
b) Promover a expressão artística.
c) Divulgar autores de BD (HQ) nacionais e internacionais.
d) Promover o intercâmbio artístico-cultural entre Portugal, o Brasil e os PALOP.
e) Fortalecer hábitos de leitura, em particular de BD (HQ).

3. DESTINATÁRIOS
a) Autores de nacionalidade portuguesa.
b) Autores de nacionalidade brasileira e nacionais de países africanos lusófonos (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe).
4. ESCALÕES ETÁRIOS
a) Ao primeiro escalão poderão concorrer todos os autores maiores de idade (com idade igual ou superior a 18 anos).
b) Ao segundo escalão poderão concorrer todos os autores com idades compreendidas entre os 10 anos (inclusive) e os 17 anos.

5. ENTREGA DO TRABALHO
a) Os trabalhos deverão ser remetidos parabd.avenidamarginal@sapo.pt
b) Os trabalhos deverão ser enviados até ao dia 29 de Abril de 2012.

6. PRÉMIOS
a) PRÉMIOS PRIMEIRO ESCALÃO/ AUTOR DE BD (HQ)
Os Prémios Autor de BD serão atribuídos aos autores selecionados pelo júri entre todos os participantes nacionais e internacionais com idade igual ou superior a 18 anos.
1) O primeiro Prémio Autor BD, o segundo Prémio Autor BD e o terceiro Prémio Autor BD, no primeiro escalão (maiores de 18 anos), serão oferecidos pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa sobre a forma de desconto de 100%, 75% e 50% nas propinas de um dos seus cursos de especialização tecnológica (CET), licenciatura ou mestrado na área técnico-artística.
2) Os vencedores no escalão de adultos serão publicados no galardoado Fanzine Venham+5, editado pela Bedeteca de Beja.
b) PRÉMIO SEGUNDO ESCALÃO/ JOVEM AUTOR DE BD (HQ)
O Prémio Jovem Autor BD será atribuído ao autor selecionado pelo júri entre os participantes nacionais e internacionais com idades compreendidas entre os 10 e os 17 anos.
O vencedor do escalão jovens autores receberá a coleção de fanzines da Bedeteca de Beja.
c) PRÉMIO PARTICIPAÇÃO
Os trabalhos selecionados (em ambos os escalões) participarão numa exposição coletiva na Fundação Marquês de Pombal.
Observações:
1. Se o júri assim o entender poderá atribuir Menções Honrosas.
2. O júri reserva-se ao direito de não atribuir prémio, se entender que os trabalhos não são qualificáveis.
3. São aceites trabalhos individuais e coletivos desde que respeitem os escalões etários.
4. Conta a idade do autor na data em que envia o trabalho a concurso.

7. EXPOSIÇÃO COLETIVA/ PUBLICAÇÃO NO SITE
a) A organização responsabiliza-se pela divulgação da exposição.
b) A organização responsabiliza-se pela seleção e impressão dos trabalhos que farão parte da exposição coletiva.
c) Todos os trabalhos selecionados serão publicados no site oficial do concurso numa edição virtual.

 8. SOBRE O TRABALHO 
a) O tema é livre.
b) Cada trabalho deve ser constituído por uma única prancha em formato A4 ou A3.
c) Cada concorrente pode entregar mais do que um trabalho.
d) Os concorrentes deverão indicar o nome, a idade, a nacionalidade, o seu contato e morada de residência no corpo do e-mail, anexando o trabalho à mensagem.
e) O trabalho deverá obrigatoriamente incluir, em anexo, a cópia de documento de identificação (Bilhete de Identidade, Cédula Pessoal ou Passaporte).
f) Nos projetos coletivos os concorrentes deverão enviar as informações e documentos de todas as pessoas envolvidas no mesmo e-mail.
h) Serão excluídas pranchas que contenham erros ortográficos.
i) O júri aceita trabalhos inéditos e trabalhos publicados.
9. IMPOSIÇÕES E ACONSELHAMENTOS TÉCNICOS
a) O ficheiro deverá ser enviado em formato JPEG (*.JPG; *.JPE) ou PDF.
b) O ficheiro (em formato JPEG ou PDF) poderá ser comprimido em ficheiro .RAR ou .ZIP.
c) Aconselha-se que o ficheiro tenha 300 DPI’s de resolução.
d) A prancha poderá ter o número de vinhetas que o autor desejar.
e) O trabalho poderá ser realizado a cores ou a preto e branco.
f) O trabalho (prancha) deverá ter a dimensão de um A4 ou de um A3.
g) No caso de trabalhos produzidos analogicamente dever-se-á digitalizar o mesmo, tendo em atenção que se deve optar pela resolução de 300 DPI's na digitalização (scanner).
10. CRITÉRIOS DE APRECIAÇÃO
a) Criatividade; b) Expressão plástica; c) Qualidade gráfica; d)Originalidade; e) Narrativa
11. JÚRI DO CONCURSO
A seleção será realizada por um júri constituído pelos seguintes elementos:
Paulo Monteiro  Diretor do Festival Internacional de BD de Beja e da Bedeteca de Beja.
Susa Monteiro – Autora de Banda Desenhada e corresponsável da Bedeteca de Beja.
Geraldes Lino – Editor de Banda Desenhada, dinamizador da Tertúlia de BD de Lisboa, blogger do www.divulgandobd.blogspot.com
Maristela – Responsável pela Gibiteca de Curitiba, Brasil.

12. FASES DE SELEÇÃO E RESULTADO DO CONCURSO
a) Todos os trabalhos submetidos a concurso serão avaliados pelo Júri.
b) Os resultados do concurso serão publicados no dia 15 de Maio no sítio oficial da web do concurso (www.concursobdavenidamarginal.blogspot.com), onde figurarão os nomes dos concorrentes vencedores e respetiva nacionalidade.
c) Caberá ao júri preencher as possíveis lacunas deste regulamento.
d) Das decisões do júri não haverá recurso.
e) Todos os concorrentes assumirão o compromisso de conhecer e cumprir o presente regulamento, bem como de acatar as decisões da entidade promotora responsável pelo planeamento, coordenação e direção do concurso e do júri.
13. ORGANIZAÇÃO DO CONCURSO
Flávia Carvalho – Professora no Instituto Superior de Artes, Design e Marketing de Lisboa.
Marco Silva – Professor no Instituto Superior de Beja. Integra a equipa multidisciplinar do Laboratório de Arte e Comunicação Multimédia (www.lab-acm.org).
Paulo Fino – Investigador na área da poética e da estética cinemática e audiovisual.

EDDY BARROWS na GIBITECA DE FORTALEZA


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

DECIDINDO POR QUADRINHOS: A ATITUDE

Sempre escuto esse tipo de pergunta: "como faço pra ser quadrinista? Onde devo estudar? Como eu chego lá?". Infelizmente, com 10 minutos de conversa eu percebo que as perguntas que a pessoa realmente quis fazer foram: "como eu ganho dinheiro com quadrinhos? Tem universidade pra isso pra convencer meus pais? A quem eu devo enfiar aquela minha história de 300 páginas que é um recorte mal-feito de tudo o que acho legal?". Interessante ver isso e bacana que as pessoas se interessem por esse tipo de coisa, mas o processo todo não é bem assim. As histórias em quadrinhos possuem muitas vertentes e são formas de arte ainda vista como marginais, então antes que se decida escolhê-las como forma de vida, alguns esclarecimentos são precisos. Vou tentar com essas matérias esclarecer certos equívocos e sugerir saídas interessantes aos que escolheram quadrinhos como sua profissão.

Antes de tudo algo deve ser estabelecido: se dinheiro for a prioridade, abandone a ideia, e isso não é por conta dos quadrinhos em si, mas é porque é a atitude incorreta pra qualquer coisa que se decida fazer. Muita gente morre por conta de médicos que se formaram pensando em dinheiro, isso é errado. Pra aceitar uma profissão como essa é preciso sentir que ela faz parte de você - e não falo da baboseira de "é para ajudar o próximo", mas naquilo de que realmente clinicar é O desejo, O sonho, A única coisa que se ver fazendo. Dr. House pode ser um médico que não dá a mínima pros seus pacientes, mas ele é um grande médico porque ele ama o que faz. Isso serve para HQs também. Geraldo Borges é um dos caras mais felizes fazendo quadrinhos. Ele realmente passa uma energia boa, a mesma de um moleque de 10 anos que acabou de ganhar o melhor presente de Natal do mundo. Certa vez conversando com ele, o cara me disse: "A verdade é que eu só me sentiria bem se fizesse alguma coisa ligada a quadrinhos. Qualquer coisa". Então, fazer quadrinhos é algo que você sente que quer fazer pelo resto da vida? Sim? Então, continue lendo.

Sobre formas de se especializar, dependendo do que você realmente deseja, há cursos em vários lugares do país que envolvem desenho e narrativas em quadrinhos (acho que em cada capital de estado brasileiro há uma, em Fortaleza temos a Oficina de Quadrinhos da UFC como o mais tradicional, e os cursos dos estúdios Daniel Brandão e Quadrinhos), além, logicamente de cursos universitários que podem ajudar na ampliação dos conhecimentos ligados aos quadrinhos - afinal, esta é uma forma de arte incrivelmente multidisciplinar que envolve aspectos da literatura, design, desenho etc. Mas a grande verdade é que quem realmente quer fazer quadrinhos, vai encontrar uma forma. Bá e Moon fizeram faculdade de artes plásticas - e quem entende o mínimo de quadrinhos, sabe quem são esses caras - então, você não precisa de uma faculdade, mas sim de atitude e vontade de aprender. E aí cai em um outro ponto importante: convencer os pais.

Entenda, não é porque são quadrinhos. Não é por conta do mercado. É porque são seus pais. Porque você sempre vai ser um reflexo dos sonhos, desejos e redenção dos erros deles. Desprenda-se disso. Você é seus próprios acertos e erros. Você é aquilo que você escolhe. O mundo pode se espernear, seus pais vão te ameaçar, vão gritar, vão se descabelar, mas será impossível eles deixarem de ser seus pais. E é impossível que você seja o que eles querem sem se frustrar com isso. Decida seus caminhos, faça suas escolhas, mesmo que erre com elas, o único que você decepciona é você mesmo e é muito mais fácil que você se perdoe.

Agora, leitor e aspirante a quadrinista, você entendeu as atitudes? Está pronto pra tomar essa decisão? Aviso logo, não será fácil, nada vai ser um mar de flores, nem no começo, nem no meio e menos ainda no fim, mas pode ser sim a certeza de seu sonho, o resultado de sua busca e a obtenção de felicidade pessoal. Repito: está pronto?


Luís CS

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

DQN 2012 - Cérebro a favor dos Quadrinhos


Cérebro. Essa palavra resumiu o encontro do dia 28 comemorando a data que marca a luta em prol da Cultura Brasileira manifestada na forma de Quadrinhos: O Dia do Quadrinho Nacional! Neste evento ficaram marcadas as características do público do DQN, formado por leitores de todas as idades, mas possuidores de um apurado senso crítico. Participatico, antenado, curioso, atuante, este público inteligente e diversificado foi o grande show do DQN 2012. (Nota: A data oficial do DQN é o 30 de janeiro, mas na Gibiteca de Fortaleza por questões operacionais é comemorada no sábado anterior mais próximo do dia oficial.)

O dia começou com a boa energia do Gibiarte, após o cancelamento das exições de vídeo. Os três espaços da Biblioteca Dollor Barreira utilizados este ano tiveram uma grande frequencia de público, o corpo técnico da biblioteca contabilizou 250 pessoas na lista de frequencia, o que significa um ótimo público dado as dimensões da Biblioteca.

A exposição Top 5 Brazuca (Colin, Maurício, Shimamoto, Watson & Ziraldo) rendeu bons momentos e principalmente gratas descobertas para aqueles que ainda não conheciam todos os 5 homenageados.

Os painéis foram diversificados e muitos ocorreram simultaneamente, oferecendo opções para o público. O receio da organização com os painéis simultaneos era de uma dispersão do público, mas todos os painéis e debates tiveram sala cheia.

A Banca do Brasil (coordenada por Luis CS) funcionou o dia inteiro e, é importante que se diga, o faturamento dobrou com relação ao ano anterior. Note que só havia Quadrinhos Brasileiros à disposição e muitos deles independentes.

Os painéis dos Lançamentos independentes, Turma do Limoeiro, MSP (com direito a mensagem do editor Sidney Gusman) resultaram em espaços lotados o tempo inteiro. Agradecimentos especiais ao Sidney Gusman pelo apoio epela mansagem, ao Zé Wellington por ter apresentado alguns dos painéis mais lotados do dia e à Turma do Limoeiro: Alex Lei, Walter Geovane, Ron Adrion, André Pinheiro e Éric Túlio por trazer ainda mais brilho ao DQN.

Daniel Brandão, Lene Chaves, Lederly Mendonça e Denilson Albano integraram o divertido papo sobre o MSP mediado por Marreiro. Klévisson Viana, que também publicou no projeto MSP participou da apresentação sobre Editais de Cultura, ladeado por André Dias, Eduardo Azevedo e César Belo que teve mediação do criador do Gibiarte João Belo Jr. Gabriel Peter, Eduardo Silva (grupo 24 Quadros), Lucas Fernando e Diego Silveira prestaram inéstimável colaboração ao longo do evento.


Apesar de algumas falhas na organização o público não deixou a moral baixar, elevando o nível dos papos, trocando idéias e deixando ricas sugestões para o aprimoramento do espaço da Gibiteca e das ações do Fórum de Quadrinhos.

O DQN é uma celebração da Arte Sequencial brasileira, seus autores e apreciadores, um evento desse tipo não seria possível sem o apoio da Direção e funcionários da Biblioteca Dollor Barreira, da Secultfor e principalmente das pessoas que apreciam o bom e velho Quadrinho Brazuca. Os japoneses, europeus e norte-americanos já tem seu espaço em nossas bancas. Porque não podemos ter também nosso próprio quadrinho ombreando essas outras produções? O Quadrinho Brasileiro é nosso, divulgá-lo é abrir espaços e expandir horizontes para nossa arte e nossa cultura.


Veja algumas imagens do DQN 2012 na Gibiteca de Fortaleza: